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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

À musa adormecida
Herculano Alencar

Teus lábios, quando mostram um sorriso,
são como dois febris adolescentes
despidos, frente ao branco dos teus dentes,
na imensidão do céu do paraíso.

Teus lábios são a nau de que preciso
pra navegar nas ondas da paixão
por toda a primavera e, no verão,
me embriagar até perder o siso.

Teus lábios, quando mostram a tristeza,
são como o despertar de um princesa
à espera de um beijo que não veio:

O beijo deste príncipe encantado,
que adormeceu nos braços do passado
e hoje faz vigília no teu seio.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/04/2012
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