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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A santa culpa

Matou-se de tristeza o pobre anjo:
asas abertas sobre a Guanabara!
Nem mesmo Tom Jobim imaginara
em dedicar à morte tal arranjo.

Do alto o Redentor pegou um banjo
e deu o tom ao canto funerário!
Na praia, um serafim imaginário
curtia o sal ao sol do céu laranjo.

Caiu como um flecha o coitado,
sem ter sequer um tempo pra chorar!
De asas brancas, sob o sol e o mar,
rolou feito uma pedra no telhado!

Matou-se o pobre anjo sem pecado,
porque não teve tempo de pecar.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/07/2012
Alterado em 22/01/2021
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