No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Catarse

Como gotas de vinho sobre a mesa
a desvendar os sonhos do passado,
escoa o meu pranto encarnado,
a esculpir seus brios de princesa.

A chama da paixão, ainda acesa,
oscila entre o sono e a vigília.
E a dor, que já é parte da mobília,
insiste, a todo custo, ficar presa.

Ao longe uma saudade ainda chora
a lágrima, que já não vê a hora
de despencar dos cílios da manhã.

Só o meu coração, esse vadio,
teima em perambular pelo vazio
que Freud escondeu sob o divã.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/10/2012
Alterado em 04/08/2018
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