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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

PARÁBOLA DO RICO INSENSATO (Evangelho de Lucas cap 12 vers. 13 a 21)

Um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu : Homem, quem me constituiu
juiz ou partidor entre vós ? Então, lhes respondeu : Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo : O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei,
pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse : Farei isto : destruirei os meus celeiros, reconstrui-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens . Então, direi à minha alma : tens em depósito muitos bens para muitos anos, descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse : Louco , esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.



Silos do Parnaso

Colhi milhões de versos e guardei-os
nos silos majestosos do Parnaso!
Um dia descobri, por um acaso,
que os versos que guardei eram alheios.

Alguns foram roubados de Picasso,
outros de Portinari e Caravaggio.
Portanto, todos eles eram plágio:
a arte copiada passo a passo.

Certo dia plantei, em um poema,
um verso que exprimia a dor suprema
do parto natural da poesia.

Colhi a poesia por inteiro,
que tinha a minha cara, o meu cheiro
e tudo mais que a dor me propicia.

Colhi também o que não me cabia 
como ladrão, poeta ou jardineiro.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 02/11/2012
Alterado em 15/12/2020
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