No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O trenzinho (do caipira) de Villa Lobos

Carrila o trem, nas teclas do piano,
como se fosse a mão de um virtuoso
ou uma ave, pronta para o pouso,
traída pelo canto do soprano.

E segue seu destino, qual cigano,
a ler nas mãos as notas musicais
e a ziguezaguear pelos quintais,
qual um poeta entregue ao abandono.

E vai-se o trenzinho do caipira...
a cada novo acorde, nova lira...
até que venha a última estação.

Depois de dar um último apito,
reverencia, a Deus em tom contrito
por tê-lo aplaudido aqui do chão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/01/2013
Alterado em 27/03/2021
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