No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

“Rico tem veia poética; pobre tem varizes.”

Patologia poética

Minha velha safena varicosa
(cheia de nós por toda a trajetória)
é testemunha viva da história
da touça de capim que dava rosa.

Poeta execrado da memória
(um cisco sob o lixo do parnaso)
eu não sou pobre apenas por acaso,
mas por ser parte inata da escória.

Aos nobres imortais da Academia
de Letras, eu dedico a poesia
da minha velha, e torta, e triste veia:

um soneto banal, de rima pobre,
com um fecho de ouro, feito em cobre,
sob um facho de luz de lua cheia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/05/2013
Alterado em 02/04/2021
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