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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Metáforas de uma poesia muda
Herculano Alencar

A noite espreguiçava o amanhã
brincando de esconder à luz do sol,
que, reticente, ao som de um rouxinol,
corava a face exposta das maçãs.

O dia, mal saído do lençol,
fingia não ter pressa nem ter hora.
E lânguido, ciente da demora,
flertava um displicente girassol.

O mundo desabava em poesia,
enquanto em mim (poeta) amanhecia
o último suspiro da aurora:

um sonetilho feito à candeia,
que fez o sol fingir ser lua cheia,
até ver a saudade ir embora.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/01/2014
Alterado em 18/01/2014
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