No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Este soneto é uma menção ao capítulo 9 (Infância, abuso e a fuga da religião) do livro —"Deus um delírio"— de Richard Dawkins, que se inicia com uma citação de Victor Hugo:
"Há em cada cidade uma tocha —o professor; e um extintor — o padre".
(Não tem necessariamente um caráter religioso, mas o de um exercício literário)


O Credo agnóstico

Creio em deus pai, bem sei o quanto creio,
desde que me conheço como gente.
Creio em deus pai, o deus onipotente
presente em quase todos meus receios.

Creio em deus pai  e digo, sem rodeios,
que já o cria antes de ser gente.
Creio em deus pai, o deus onipresente
que me afasta, da boca, rijos seios.

Creio em deus pai dos tempos de escola,
que me ensinou rezar, e dar esmola,
e ver, em cada estranho, um irmão.

Creio em deus pai, no filho e na trindade,
pois aprendi a crer na tenra idade
e nunca me foi dada outra opção.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/04/2014
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