No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Desejo contrito (Inspirado na poética de Bocage)

Me evaporei nos bacanais noturnos
junto aos vapores que do amor exala.
Meu coração a me roubar a fala
e o meu pudendo erétil e taciturno.

Se das paixões eu fiz minha cabala,
a minha reza, meu fervor divino...
Me entreguei, inteiro, qual menino
a degustar dulcificante bala.

Hoje amante, como sou, do mundo,
trago min'alma a flutuar no Tejo
e o meu corpo, este vagabundo,

vai, mendigando, procurar o beijo,
que outrora fora meu cada segundo,
mas sucumbiu na sombra do desejo.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/09/2005
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