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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Mistério do além ( Menção ao poema "Fausto" de Raferty )

Alma emasculada... matéria morta!
Nada de mim sobrou, nem mesmo eu.
Ofereci-me pro diabo e pra deus;
nem um nem outro quis abrir-me porta.

Satã deu-me a cerveja que bebeu
e mil mulheres assexuadas...
sem orifícios para dar entrada
ao falo triste que não me tolheu.

E deus, do alto de sua bondade,
oferceu-me toda castidade
como uma divina recompensa.

Os dois deixaram-me, alma penada,
a masturbar a eterna namorada,
sem descobrir o que um deles pensa.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 08/10/2005
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