No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família. Mario Quintana

O relógio

E o ponteiro segue o tique-taque,

Enquanto dá hora dia a dia.

E o relógio vara a noite fria,

Às vezes com sotaque: tic-tac...

 

E vai, a cada hora e vão minuto,

E a cada tique-taque sentencia

O mundo, à sua vã filosofia

Que eu finjo que ouço e não escuto.

 

E mata o tempo, a fome, mata a sede...

E fica pendurado na parede,

De olho no futuro e no passado.

 

E assim, de geração em geração,

Insiste em responder que horas são,

Mesmo que ninguém tenha perguntado.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/09/2022
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