No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

IRACEMA

"Iracema, meu grande amor, foi-se embora!"

Levou meu violão, meu travesseiro,

Um pouco de amor e de dinheiro,

E o meu coração que ainda chora.

 

Levou meu bem-me-quer, levou o cheiro

Da rosa que lhe dei no mês passado.

Deixou meu violão desafinado

E um versinho triste e corriqueiro.

 

"Sabe, Iracema, eu nunca mais te vi!"

Confesso que não fui atrás de ti,

Apesar de guardar o teu retrato.

 

Hoje dizem que vives num bordel

A servir, em acordes de Gardel,

O ventre e o pudor no mesmo prato

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/12/2022
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