No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto matuto
Vossemecê num sabe, Sinhozinho,
Pois abra bem as oiças pro que digo:
Primeiramente, atente o seu embigo
Antes de expiar o do vizinho.

Segundamente, nunca vá sozinho
Pra onde aponta a venta, mode quê
Alguém pode seguir vossemecê,
E espetar os pés pelo caminho.

Eu bem sei, Sinhozinho, eu bem sei:
A natureza invoca alguma lei,
Toda vez que o vento traz a chuva.

Vossemecê num sabe, Sinhozinho,
Mas quando o bem-te-vi morre no ninho,
A cobra toma conta da viúva.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/03/2023
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