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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A deusa da minha rua

Em uma poça d’água eu pinto a lua!

Os carros vão passando sobre ela!

A imagem, que pinto nessa tela,

É a vista do fim da minha rua.

 

A brisa, que tremula a luz da vela.

O vinho, que me embaça a retina.

A estrela candente, que ilumina

A visão que à noite inda é mais bela.

 

O sol, que à tardinha já dormiu,

Sem que nem para a lua deu psiu,

Tampouco pra visão da minha rua.

 

Nem mesmo a Poesia, essa quimera,

Que preguiçosamente me espera,

Consegue ver, na poça, a minha lua.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 08/02/2024
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