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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O camaleão da fé

E lá, nos calabouços do poder,

Se aninha a serpente traiçoeira,

Camuflada nas cores da bandeira,

A espera do dia anoitecer.

 

Já chocou alguns ovos (podem crer),

Que botou nos quintais da ditadura.

E um deles matura a criatura,

Que espera o momento de nascer:

 

Como um dócil e vulgar camaleão,

Se confunde ao andor da procissão

Sobre os ombros dos cânones da fé.

 

E finge ser cristão, e cita salmos,

E diz que seus asseclas serão salvos,

Em nome de Jesus de Nazaré.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/04/2024
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