No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Minha montanha

Escada para nuvens, a montanha

Descansa sob um céu de primavera,

E me leva pensar: aí quem me dera

Pudesse eu tecer, como a aranha,

 

Uma enorme teia ao infinito!

E assim realizar cruel façanha:

Calar dentro de mim a força estranha,

Que faz a poesia dar seu grito.

 

Quem sabe Maomé me dê a mão

E a montanha ouça o coração,

Que no meu peito pulsa impaciente.

 

Quem sabe Maomé venha até mim,

E eu possa dizer: até que enfim,

Deus me deu a montanha de presente.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/04/2024
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras