![]() Sinal aberto
Sua bênção bom humor, esta dádiva divina que me tirou da latrina, onde o diabo quis me pôr. Cheirando a cocô fedido, que até o sexto sentido, da mãe do cão rejeitou. A droga da depressão foi me apertando no laço, foi me puxando pra baixo, me atolando no chão. Desafinou meu compasso, anunciou meu fracasso, adormeceu meu tesão. Não fosse o meu bom humor, esta dádiva divina, e estaria na latrina vestindo merda à rigor. Dançando pela descarga daquela bacia larga, volatilizando o fedor. Um cheiro forte e azedo, cheiro de morte e desgraça, de quem cuspiu a cachaça que a goela arrotou no dedo. O cheiro do pensamento que espalhou pelo vento a vil fragrância do medo. Meu bom humor, obrigado, por eu ter rido do tédio, não ter que tomar remédio, nem procurar um culpado... ter vencido a depressão, saído da contramão sem furar sinal fechado. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/07/2015
Alterado em 18/07/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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