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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Era uma vez duas pulguinhas que passaram a vida inteira economizando e compraram um cachorro só pra elas... Mario Quintana

Antes só...

Não conheci as pulgas de Quintana,
mas o cachorro vive em meu quintal.
E todo dia rosna, e diz au-au,
e coça o saco, enquanto o rabo abana.

É um cãozinho astuto e bem sacana!
Um vira-lata sujo e vagabundo,
que sabe muito mais sobre este mundo,
do que o macaco sabe da banana.

Livrou-se das pulguinhas de Quintana,
no rabo duma poodle de madame,
que conheceu na folha de reclame
duma revista chic italiana.

Como disse Quintana: era uma vez
duas pulguinhas donas dum cãozinho...
Eu, que nunca fui dele nem vizinho,
digo, em primeira mão, para vocês:

as duas pulgas hoje somam três,
enquanto o vira-lata ri sozinho.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/11/2016
Alterado em 20/11/2016
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