No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Poeta penitente

Quando a morte levar-me pro inferno,
eu fugirei, pois sei um bom caminho.
Vou bater asas, qual um passarinho,
nos ares abissais do fogo eterno...

No purgatório, o quintal vizinho,
eu fingirei que sou um querubim.
De novo, bato asas... e assim...
hei de chegar ao céu azul-marinho.

Em lá chegando, Deus, santo caudilho,
há de reconhecer-me como um filho,
que regressou do mundo ao lar paterno.

Ele ouvirá silente a minha história.
E os santos, em menção à sua glória,
me levarão, às pressas, pro inferno.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 02/04/2021
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