No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Saudosa maloca (um poema do crioulo doido)

Num edifício alto, assobradado,
a par da Ipiranga e da São João,
havia uma maloca em construção.
Não sei se o senhor está lembrado!

Oscar, o Niemeyer, deu razão
ao vizinho do lado, pobre moço,
que enlaçou a corda no pescoço,
e pôs-se a deslizar no corrimão.

Morreu sem encontrar a solução
pra dor de seu amigo, Mato Grosso.
Que sentia doer a carne, o osso,
o intestino grosso e o pulmão.

Esse edifício alto foi ao chão
e com ele a maloca, o coração
do Joca, do Ernesto, do Oscar...

E ao cair a última parede,
meu coração quase morreu de sede,
e o rio, que chorei, encheu o mar.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/06/2021
Alterado em 25/06/2021
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