No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O bolero do crioulo doido

Ravel chegou de noite em Teresina,
debaixo da nevasca de verão,
em uma noite fria de São João,
à base de quentão e cajuína.

Agarrou a safona, o violão...
Mijou atrás do poste, na esquina,
às duas ou três horas da matina,
e tocou, de Elis, Fascinação.

Tocou também um frevo de Beethoven,
que, até agora, todos os que o ouvem
pensam ouvir um fado de Lisboa.

Ravel fez da doidice um bolero.
E, por ser  um sujeito mui sincero,
embora  um poeta, é gente boa.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 25/06/2021
Alterado em 28/06/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras