No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Palavras, vírgula, quero dizer...

Amor e desamor, palavras vãs...
antônimos comuns na língua escrita,
como fortuna é para desdita
e noite sem luar, para manhãs...

Palavras, sejam feias ou bonitas,
exigem seu lugar na oração:
seja um verbo de estado, de ação...
numa frase vulgar ou erudita.

Seja um adjetivo, um pronome...
há sempre uma vírgula, com fome,
comendo algum senão subentendido.

A vírgula, megera da grafia,
é capaz de morder a poesia
sem provocar sequer um só gemido.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/07/2021
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