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Poema bêbado
E lá está o ponto na vidraça,
à sombra dum silêncio sepulcral, como se fosse o último sinal antes que mundo caia em desgraça. Ao lado do tal ponto há uma traça parada na metade do caminho. Não sei se viu o ponto tão sozinho, ou se foi simplesmente por pirraça. E fica o ponto, enquanto a noite passa, e tomo mais um gole de cachaça, e ponho um verso a mais do que devia. Enfim, a embriaguez alcança o sono, a traça faz do ponto o cão sem dono, que faz dormir no ponto a poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 01/09/2021
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