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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O medo é o pai da crença. Olavo Bilac

Fé de menos

Quando o dia dos pais se avizinha,

Me ponho a refletir, dia após dia,

Se, quando eu fui pai, eu já sabia,

Que a criação de Deus não era minha.

 

Não sei, sinceramente, donde vinha

As coisas que eu pensava e que dizia,

Até, que pela a mão da poesia,

Consegui preencher a entrelinha.

 

Ao ver que sou poeta de nascença,

Entendi que o medo é pai da crença,

E a crença se faz de mãe da fé.

 

Quem sabe algum medroso me convença

Da mentira, que muita gente pensa,

Que a monhanha foi a Maomé.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/08/2022
Alterado em 10/08/2022
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