No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto Surreal II

A formiga picou um pernilongo,

Que picou o focinho da cadela,

Sem nem mesmo saber se era dela

A vogal decrescente do ditongo.

 

A formiga foi salva pelo gongo,

Que soou estridente num fonema,

Que rimava Jobim com Ipanema,

E queijo parmesão com camundongo.

 

E foi-se o pernilongo... E a formiga

Que ficou, da cigarra, grande amiga,

Divide, com Esopo, uma fabela.

 

Enquanto uma trabalha a outra canta,

Uma faz o almoço a outra, a janta...

Mas a moral do conto não revela!

 

 

 

 

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/03/2023
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