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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto Surreal IV

 

Uma chuva de pedras de granizo,

Cai do céu da cidade adormecida!

O vento sopra pó inceticida,

Enquanto, este soneto, eu organizo.

 

Uma poça de lama dá guarida

Ao Aedes aegypti fugitivo,

Que morre de ciúme, sem motivo,

Do beija-flor que beija a margarida.

 

A pedra que vem do céu, eu acredito,

É muito mais do que já foi descrito

Nos filmes de terror de Hitchcock.

 

Parece um coprólito gigante,

Parido duma cólica de Dante

Depois que aprendeu dançar o Rock.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/03/2023
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