No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto surreal VIII

Já não tenho neurônios pra repor

Os espaços vazios na memória.

Tampouco encher as valas da história,

Seja história de ódio ou de amor.

 

Já não sinto nas veias o calor

Quando o sangue visita a minha entranha.

Já não sinto na alma a paz tamanha,

Que a rosa empresta ao beija-flor.

 

Já não sinto saudade do passado.

Já não sonho dormindo ou acordado.

Já não sei se sou eu ou arremedo…

 

Já não sei se escrevo a poesia,

Que esconde e revela o que eu sentia

Quando tinha neurônios de brinquedo.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/03/2023
Alterado em 18/03/2023
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