No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Humor ambíguo

Hoje encontrei a Lira de Bocage

Escondida no falso moralismo,

Que constrói a montanha no abismo,

E que une a desfeita ao ultraje.

 

Ser poeta é um ato de heroísmo,

Na guerrilha campal da poesia, 

Onde a rima explode à luz do dia

E a ostra fecunda o ostracismo.

 

Bocage se livrou do Manuel,

Trocou a velha pena por pincel,

E hoje pinta o sete por aí…

 

E eu, ao me apossar da sua lira,

Tropeço, é bem verdade, de mentira,

Nas dobras do bigode de Dalí.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/03/2025
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