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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ao luar do sertão

A lua, essa dama peregrina,
que ostenta, no sertão, tanta beleza,
hoje veio sentar-se à minha mesa
por uma fenda aberta na cortina.

Enquanto a luz da vela ilumina
e o tempo queima as horas no pavio,
desde o meu coração (quintal baldio)
o sangue inunda os vasos da retina.

Lá fora, junto ao pranto da neblina,
a noite, qual insone bailarina,
ensaia uma sonata ao luar.

Cá dentro, eu me calo, embevecido,
e a lua, a sussurrar no meu ouvido,
instiga o coração pra namorar.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/05/2020
Alterado em 18/12/2021
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