No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O poeta de mim

Vivo a poetizar esta min'alma
de forma abissal, durante a vida,
como se fosse a fera mais temida,
que só um verso triste mantém calma.

Os meus poemas são de despedida,
como o adeus de quem já foi embora
atrás da poesia de outrora,
pelo passar dos anos, esquecida.

Não tenho dos amores, o lirismo...
Não tenho dos poetas, o altruísmo...
mas tenho algo de bom, algo de são:

os meus poemas tristes são modelos,
que eu, poeta, teimo em mantê-los
na onirodinia da paixão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/06/2021
Alterado em 10/06/2021
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