No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Metáfora sexual

Abrem-se as nalgas à passagem
do calvo e reverente serviçal.
A dor dá ao prazer sabor igual,
por todo o percurso da viagem.

Um beijo, na coluna cervical,
acalma e agita o corpo em chama.
A boca a sussurrar o quanto ama
a cada incursão do genital.

Os seios compridos sobre a cama,
pudicas testemunhas de um drama
em que o amor supera o preconceito.

O sexo não vê anatomia,
percorre o corpo atrás de poesia,
até achar o verso mais perfeito.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/09/2021
Alterado em 29/09/2021
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