No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Versinho de pé quebrado

Um versinho banal, de rima externa,

Veio a mim nessa tarde pachorrenta.

E a poesia insiste, enquanto tenta,

Em vão, se equilibrar numa só perna.

 

E vem mais um versinho e afugenta

Uma réstia de sol que pede abrigo,

E a poesia ouve o que eu não digo

E fala o que não ouço, e argumenta...

 

Dá-me um tempo e vou ver se eu consigo

Um versinho melhor, embora antigo,

Para chave de ouro do soneto.

 

Quem sabe algum versinho arrependido

Possa roubar-lhe o pejo e o sentido...

Vou pensar... todavia... não prometo.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/01/2022
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras