No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Versos sobreviventes
Dá-me o teu corpo aos meus cuidados,
que eu beberei nas águas tormentosas,
e regarei teus seios como às rosas
que apetecem os galhos já murchados.

Guarda em tua dor o grito desalmado,
que te ecoa nas retinas calejadas
de tanto ver as tuas mãos, dilaceradas,
sagrarem os sofrimentos do passado.

E eu te darei os beijos mutilados,
os que sobreviveram à agonia
dos versos que, ao morrerem na poesia,
vivem, por conta de ti, eternizados!

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/12/2005
Alterado em 16/12/2005
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